Os tutores sabem que, muitas vezes, viajar se torna sinônimo de preocupações relacionadas aos cuidados com os seus pets. Isso é ainda mais comum no caso dos felinos, que não costumam ser levados durante as viagens.
A médica-veterinária pós-graduada em clínica médica de felinos e sócia proprietária do My Cat, consultório veterinário exclusivo para gatos, Nayara Cristina de Oliveira Fazolato, explica que ao marcar uma viagem deve-se fazer um planejamento detalhado de quem será responsável pelos cuidados do pet.
“O ideal é evitar chamar uma pessoa com quem o gato nunca teve contato e não se deve pensar que os cuidados se restringem a apenas dar água e ração. As necessidades vão muito além disso e é importante ter um profissional especializado nesse momento”, comenta.
O que é melhor: familiar, cat sitter ou hotel?
De acordo com Fazolato, a escolha de quem irá cuidar do felino precisa ser feita de maneira cuidadosa, priorizando responsáveis que tenham amor e experiência com a espécie. Os familiares podem ser uma boa escolha, desde que possuam convívio e vínculo com o gato. Caso contrário, é melhor não arriscar e contratar uma babá de animais (cat sitter).
“As cat sitters são profissionais experientes nessa função e algumas são, inclusive, enfermeiras veterinárias, requisito excelente principalmente para os animais que demandam cuidados específicos, como administração de medicamentos”, explica.
Por outro lado, a médica-veterinária comenta que os hotéis para gatos, geralmente, são estressantes por conta dessa espécie gostar de rotina e se sentir mais confortável e segura em um ambiente familiar.
“Mesmo os hotéis sendo bonitos e higienizados corretamente, eles acabam gerando um estresse considerável por toda a mudança na rotina e cheiros”, pontua.
Preparando o gato para a viagem
Nayara orienta que, se a escolha for por uma cat sitter que o animal nunca tenha conhecido, é importante agendar ao menos uma visita antes da viagem. Assim, é possível orientá-la quanto ao local onde os insumos são guardados, como ração, sachê e areia, e a apresentar ao felino.
“Nesse momento uma boa dica é dar sachê, brincar e fazer muito carinho no pet para que ele crie memórias positivas com a cat sitter e não a estranhe quando os tutores estiverem ausentes”, esclarece.
Segundo a especialista, essa visita prévia a viagem também é importante para que a profissional conheça o comportamento do felino e entenda até onde a interação pode ser realizada. Dessa forma, há menos chances de traumas e estresse.
Além disso, a doutora recomenda duas visitas diárias com duração de pelo menos 45 minutos cada.
Outra dica para diminuir o estresse dos gatos enquanto os tutores estiverem fora é a de
não trocar a roupa de cama nos dias que antecedem a viagem. “Também indico deixar algumas peças de roupas sem lavar, desde que estejam limpas, para que fiquem com o cheiro dos tutores. Isso ajudará no controle da ansiedade e bem-estar do felino, fazendo com que se sinta confortável com o odor do tutor”, relata.
Para finalizar, Fazolato orienta os responsáveis pelo gato a alinhar com a cat sitter onde levá-lo caso precise de atendimento veterinário. Esse cuidado também pode fazer a diferença.
FAQ
Quem deve ser escolhido para cuidar dos gatos durante as viagens?
Antes de viajar é importante eleger uma pessoa que entenda sobre a espécie felina e saiba cuidar desses animais. Pode ser uma cat sitter, profissional especializada nesse tipo de trabalho, ou um familiar que já conheça o animal. Os hotéis são a alternativa menos recomendada.
É preciso apresentar o felino à cat sitter antes da viagem?
Para evitar estresse, vale a pena agendar uma visita da cat sitter na residência para que o animal a conheça e para a orientar quanto aos cuidados e onde ficam os insumos.
Qual a frequência de visitar ideal de uma cat sitter durante as viagens?
O recomendado é que a profissional visite a casa do felino duas vezes ao dia e fique por períodos de 45 minutos ou mais.
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